A primeira coisa que salta aos olhos é o quanto a poesia de Vamberto cresceu!
No seu primeiro livro, Vamberto investiu mais na experimentação da linguagem e se saiu bem, claro.
Mas em “Piquete Soledade” (Arribaçã Editora, 2002) há algo bem mais forte.
É um livro de poemas de fato!
Um livro que se lê em qualquer página e se se entranha em seus versos, sua linguagem, sua ironia suavemente cáustica.
Há alguns poemas que classificaríamos de poemas-manifesto.
Mas não aqueles manifestos que tornariam o livro datado ao ser lido daqui a uns dez anos. São manifestos que unem palavras de ordem e lirismo.
Acho perfeito, por exemplo, quando Vamberto fala do motim dentro do silêncio!
Quando solta seus micropetardos poéticos!
A sua vocação poética indócil contra os fascistas!
A concepção do que é o verdadeiro inimigo do poeta, como fala em “Panfleto”!
Os poemas prontos para serem encenados também, como “Às ruas”!
Os poemas fortes, como “Bacurau”!
Ou crônicas sujas do cotidiano, como em “Breves”!
Até o erotismo está muito bem encaixado neste livro.
Não há um verso ou fonema sobrando.
O que posso dizer: parabéns pelo livro!
Linaldo Guedes
Editor