Com uma pequena editora, cravada no sertão paraibano, ele está conseguindo mudar o eixo literário para o Nordeste, mostrando o pluralismo cultural do País
Por Mara Magãna
Não deve ser fácil ser Linaldo Guedes. Professor, jornalista, poeta, escritor, editor. Cansou? Espere aí, tem mais. Após 40 anos morando em João Pessoa, com sólida carreira construída na área de cultura em jornais e editoras, resolveu voltar para sua cidade natal, Cajazeiras, a 475 quilômetros da capital do estado e com pouco mais de 62 mil habitantes. Uma trajetória aparentemente normal e amiúde. Mas não com ele: Guedes tinha outras ideias, uma delas, montar uma editora. Lá mesmo, onde nasceu, enxergou possibilidades que, para muitos, não passavam de visagens. Acreditou nelas. Ele e um amigo, também poeta e jornalista, Lenilson Oliveira, de origem idêntica à sua, lançaram a Arribaçã Editora. Já nasceram com asas, pois. As avoantes de Linaldo e Lenilson se espalham nos diversos livros já editados – em pouco mais de três anos, contam-se cerca de 60 títulos, a maioria lançada em plena pandemia do coronavírus. De lá para uma livraria física foi um curto voo. Desse para uma galeria de artes, no meio do sertão, outro. E vêm vários por aí, afinal é o que fazem as arribaçãs.
Você está à frente de uma das mais importantes pequenas editoras do país, e isso não é pouco: que papel essas editoras ditas pequenas ocupam no processo de produção literária no Brasil neste momento?
– Olha, não é fácil, por conta da carga de impostos e despesas que envolvem um empreendimento desse porte. Somos uma editora pequena, mas temos despesas, como aluguel de prédio, salário de funcionário além de outros serviços de manutença, como internet, água, luz, etc. O papel que essas editoras pequenas têm para a literatura contemporânea brasileira é imensurável. Elas fazem a produção literária circular, em tiragens pequenas, comparada com grandes editoras, mas suficientes para que os leitores tomem conhecimento do que de melhor está sendo produzindo no Brasil. Há muita gente produzindo, e livros de qualidade, que têm que ter um desaguadouro, seja no formato impresso ou em e-book.
Sabemos que não é um caminho fácil. Por que escolhê-lo?
– Não foi por acaso. Na verdade, foi uma escolha bem pensada e avaliada os custos e riscos. Em 2017 retornei a morar em Cajazeiras, alto sertão da Paraíba, depois de cerca de 40 anos em João Pessoa. Cajazeiras é uma cidade que, apesar de pequena, tem uma vocação enorme para a cultura e a educação. Foi criada às margens de um colégio e tem pelo menos sete faculdades, oferecendo cursos nas mais diversas áreas, atendendo todo o sertão paraibano e o cariri cearense.
Quando aqui cheguei, pensei em montar algo, mas não tinha ideia exatamente do que. Meu amigo, Lenilson Oliveira, também poeta e jornalista e residente aqui, sugeriu uma editora. Conversamos mais de seis meses sobre essa possibilidade até que decidimos bater o martelo e criar a Arribaçã em setembro de 2018.
Tivemos que fazer um empréstimo para cobrir os custos de criação de uma empresa, do ponto de vista burocrático, e começamos a trabalhar no sistema de home office.
Meus 30 anos de jornalismo, com ênfase no jornalismo cultural em João Pessoa, ajudaram a abrir caminhos, no sentido de atrair escritores e escritoras que resolveram apostar na editora.
Anunciei no Facebook um dia a criação da editora, para testar a receptividade de leitores e escritores. O retorno foi o melhor possível. Dois dias após o anúncio da editora, Políbio Alves, poeta de prestígio na Paraíba com livros editados inclusive em Cuba, me ligou perguntando o que precisava fazer para publicar um livro conosco. Em poucos minutos de conversa, fechamos o contrato e ainda em 2018 saiu nosso primeiro livro – Acendedor de relâmpagos. Agora em setembro comemoraremos quatro anos, com mais de 60 títulos publicados, uma livraria física, livros em e-book, uma galeria de artes e um Clube do Livro.
Conte um pouquinho da trajetória da Arribaçã…
– Basicamente o que falei na pergunta anterior. Escolhemos o nome Arribaçã por ser um pássaro que tem uma identidade muito forte com o sertão paraibano.
Publicamos livros de autores e autoras de todo o país em todos os gêneros. Nossos livros são impressos em gráficas de Cajazeiras, da mais alta qualidade, temos transportadora eficiente aqui e atuamos com muita intensidade nas redes sociais.
Uma historinha curiosa: quando fomos registrar a editora na Junta Comercial da cidade, os funcionários do órgão tiveram dificuldade de entender o que estávamos criando. Disseram que não tinham conhecimento do registro de empresas como a nossa aqui em Cajazeiras. Ou seja: desbravamos caminhos para voar. Não foi fácil, não é fácil, mas contamos com a satisfação de nossos autores e autoras e dos leitores e leitoras para continuar voando.
A Arribaçã publica vários estilos, romance, contos, livros mais técnicos, pesquisas. Mas abre as portas para muitas e muitos poetas, um gênero que, diz a lenda, não vende, mas que enaltece um catálogo. O que você acha disso?
– De maneira geral, livro ainda vende muito pouco no Brasil, seja de qual gênero for. Mas vejo com exagero essa história de que livro de poesia não vende. Depende muito do autor, da qualidade, da importância do livro, enfim. Posso citar um exemplo: publiquei quatro livros de poesia meu e todos eles estão esgotados. Na Arribaçã, o livro mais vendido é disparado o “Mulheres Poetas na Literatura Brasileira”, organizado pelo Rubens Jardim e que reúne mais de 300 poetas de todos os tempos, épocas, estados e estilos do Brasil. Foi uma aposta da editora, um investimento alto, que abriu muitas portas para a gente, e não nos arrependemos. Atualmente, um de nossos livros mais vendido é o “Cantigas do Luaréu”, obra poética de Claudio Daniel.
Aliás, você também é poeta, escritor e jornalista… Quantos livros já tem publicado? Quem publicou seu primeiro livro? E como o jornalista afeta, interage, em sua vida literária? Ou não interfere?
– Sim. Tenho 11 livros solos publicados, sendo quatro de poemas. Estou preparando o lançamento de meu quinto livro de poemas – Cabo Branco e outros lugares que não estão no mapa. Também tenho textos, jornalísticos ou poéticos, publicados em mais de 50 obras de outros autores. Meu primeiro livro – Os zumbis também escutam blues – foi editado pela TextoArte Editora (já extinta) e publicado pela editora A União, onde eu trabalhava na época. Foram mil exemplares, que já estão esgotados e só podem ser encontrados em sebos.
O jornalismo interage muito com a poesia em minhas atividades. Comecei no jornalismo profissional um ano após lançar o Poecodebar – grupo de poesias coletivas que existiu em João Pessoa no início dos anos 1990. Lançamos manifestos, nos apresentamos em bares e circuitos alternativos culturais e travamos polêmica, na época, com a Academia Paraibana de Poesia. Então, assim, minha atividade poética caminhou passo a passo com o jornalismo. Sempre tive uma atuação muito forte no jornalismo cultural paraibano e fui editor do Correio das Artes (o suplemento literário mais antigo em circulação no Brasil) por seis anos, o que contribuiu muito para meu conhecimento da produção literária contemporânea, inclusive participando de bienais e feiras de livros em vários estados do país.
Como não escrevo ficção, minha prosa toda é escoada via jornalismo, seja através de crônicas, artigos ou matérias.
Quais suas influências e, especificamente entre autores e autoras do Nordeste, quem lhe toca o coração?
– Do Nordeste o meu preferido é João Cabral de Melo Neto, mas tenho uma relação muito forte com Augusto dos Anjos, sobre quem já publiquei dois livros, um deles, inclusive, minha pesquisa de mestrado que faz ligações entre o Budismo e Augusto dos Anjos. Mas gosto de muitos outros autores da região, como Castro Alves, Manuel Bandeira, Joaquim Cardozo, etc.
Como se dá seu processo criativo?
Meu processo criativo é meio caótico. Ás vezes a inspiração bate do nada, rabisco um ou outro verso e depois vou construir o poema em si. Nem todo poema sobrevive às revisões que vou fazendo e refazendo até publicar em livro. Também já fiz muitos poemas por encomenda. De modo geral, meus livros são temáticos e demoro muito a publicar. Costumo escolher um tema e a partir daí trabalhar poemas que se encaixem na proposta. Faço muita pesquisa em dicionários para não me repetir tanto. Mas fora esse livro de poemas que estou lançando este ano, quero publicar apenas mais um de poesia e parar. Vamos ver se consigo.
Qual foi o livro mais difícil de escrever? E qual foi o parto mais fácil?
– O segundo – Intervalo Lírico, por contar toda história de meu primeiro casamento. Quando o livro saiu, tinha acabado de me separar. O parto mais fácil foi mesmo o primeiro, porque já tinha muitos poemas prontos e acabou sendo uma espécie de antologia. Mas de forma geral, todo livro é dificil para escrever. Às vezes até doloroso. O intervalo entre meus livros são em torno de cinco, seis ou até sete anos.
Você é um empreendedor nato. Foi um dos criadores do grupo Poecodebar e também do projeto LiterArte Musical. Como esses movimentos conversam com a literatura?
– Todos eles são voltados para a literatura, têm como base a literatura. Minha grande paixão é a literatura: vibro com um livro bem feito, com um poema que mexe comigo, com um romance fantástico, com eventos que valorizam a literatura, enfim.
O Poecodebar nasceu como uma brincadeira em mesa de bar, mas depois virou movimento literário e até manifesto fizemos. Promovíamos eventos e nos apresentamos em Sergipe e em Campina Grande.
O LiterArte Musical foi um projeto que organizei durante um tempo num bar em João Pessoa. Fui convidado pela dona do bar para organizar eventos no local. Ela queria eventos musicais, mas eu dei um jeito de inserir um sarau poético e assim fizemos. Toda terça tinha apresentação musical e homenagem a um poeta. Também faziamos lançamentos de livros e pequenas esquetes teatrais.
Também criei um programa de rádio – o Onda Literária, que foi ao ar na Rádio Tabajara FM de João Pessoa aos domingos à noite. Era uma hora sobre literatura todos os domingos, com entrevistas, recitação de poemas e músicas baseadas em textos literários.
Isso sem falar no Correio das Artes, que mencionei em pergunta anterior.
Gosto de estar inventando coisas que envolvam literatura. Talvez por isso, também, tenha saído de João Pessoa e retornado para Cajazeiras. Lá já tinha feito de tudo, precisava criar novas coisas. Daí, surgiu a Arribaçã.
Sou muito metódico nas relações profissionais e literárias. Talvez isso facilite o lado empreendedor, mas também trabalhei em comércio com meu pai até os 18 anos, o que contribuiu para eu compreender como as coisas se movimentam num mundo capitalista.
Nos últimos anos, a literatura fora do eixo Rio-São Paulo tem dado o que falar. Da Paraíba, tem saído uma leva que vem movimentando o cenário literário brasileiro. Ao que você atribui isso? E a quem, entre esses novos escritores do Nordeste lhe chama a atenção?
– Sem sombra de dúvida a internet contribui muito para isso. Hoje a produção literária contemporânea circula muito, não apenas em livros impressos ou em e-books. Mas em redes sociais, sites, blogues, revistas literárias, whatsapp, etc. Hoje você pode morar num sítio e montar uma editora nele, desde que o sitio tenha energia e internet, claro. Não existe mais essa necessidade de sair de uma pequena cidade para aparecer. Claro, que as relações que você cria é que vão fazer sua obra circular. Eu sou do tempo em que as relações eram mais por cartas, depois emails. Quando fui editor do Correio das Artes, o suplemento publicava sempre textos literários, como contos, poemas e resenhas. Transformamos o suplemento, que era em formato tabloide-jornal, em revista colorida e passamos a dar capas para autores contemporâneos. Pessoas que ninguém ainda conhecia na Paraíba foram capas do Correio das Artes em minha gestão.
Entre os novos escritores do Nordeste, tem muitos, mas muitos mesmo, que me chamam atenção, seja em poesia ou ficção. Mas permita-me não declinar nomes específico, por uma questão ética por estar à frente de uma editora.
Clarice Lispector, em Macabea, diz algo como “essa raça anã, ou esse povo anão, que um dia terá direito ao grito”. É essa a hora?
– Já é. Gosto de usar muito a frase “alguma coisa acontece”. Veja, moro numa cidade com pouco mais de 60 mil habitantes, mas aqui tem festival de poesia, de teatro, de música, editora, galeria de artes, etc. Não é fácil, claro. Tudo demanda custos, dinheiro. Mas se sua ambição não for ficar rico com arte ou literatura, você vai conseguir fazer algo em sua área de atuação.
O Sul-Sudeste está se abrindo mais para a literatura que se produz fora desse recorte territorial?
– Sim, creio que sim. Aliás, nunca me senti excluído ou rejeitado ou alvo de preconceitos por parte de escritores do sul-sudeste. Sempre fui bem recebido, e minha poesia também.
Enfim, qual o papel político das editoras no momento que o país atravessa?
– O papel de toda arte ou literatura é sempre político. Não no sentido partidário, claro. Mas à medida que você leva arte e cultura à população, você está cumprindo um papel político num país que tem uma dívida enorme com a educação de seu povo. A arte é o que sempre sobreviverá ao fascismo que de tempos em tempos ressurge em algumas partes do mundo.
Outra questão importante é quantidade de mulheres que estão dando régua e compasso na literatura, em especial as nordestinas. A Arribaçã mesmo tem muita coisa delas publicadas. Qual a importância disso no atual cenário literário brasileiro?
– Já disse uma vez que quem está fazendo a melhor literatura brasileira hoje são as mulheres. A Arribação tem metade do seu catálogo de mulheres escritoras e poetas. Você não imagina a alegria da gente ao publicar poetas aqui da região, como Porcina Furtado, Clariça Ribeiro, Nágila de Sousa Freitas, Veruza Guedes, entre outras. De publicar o livro do Mulherio do Sertão, lançado este ano.
Além da editora, você tem uma livraria e uma galeria, ambas abertas em plena pandemia. Ninguém quis colocar uma camisa de força em você?
– A galeria abrimos este ano. A livraria abrimos em junho do ano passado. Na verdade, a gente pensou em abrir apenas o escritório da editora, para poder receber as pessoas que queriam publicar conosco. Mas resolvemos apostar na livraria também e vem dando certo. No início não tinhamos expediente fixo e eu e meu sócio vinhamos quando dava pra vir. Agora temos uma gerente que cuida de tudo para a gente.
As plataformas digitais ajudam na divulgação ou já está muito massificada?
– São fundamentais. As redes sociais, principalmente. Sem elas, a produção circula de forma mais restrita. Não creio que elas estejam massificadas. Há muito a explorar, ainda.
E as feiras literárias, que pipocam pelo país… Como a Arribaçã encara essa política, que tem defensores e detratores em igual proporção? E quanto aos concursos? Ajudam editoras e escritores ou não?
– Somos plenamente a favor de feiras e eventos literários. Fazem parte da cadeia produtora da literatura, assim como as oficinas literárias. Inclusive, é nossa meta realizar uma feira aqui no Alto Sertão. Como investimos na galeria este ano, vamos deixar para o próximo ano. Os concursos também ajudam os escritores, sim. Tivemos nosso primeiro concurso, cuja vencedora foi Angela Zanirato com o livro “Madalenas Desarrependidas”. Foi o primeiro livro dela, que depois já publicou mais dois. Detalhe: o livro Madalenas está esgotado na versão impressa.
As pequenas editoras estão aparecendo, as redes sociais ajudam na divulgação, mas ainda há a pedra no caminho no tocante à distribuição. O quanto isso, de fato, prejudica o trabalho fora das grandes casas publicadoras?
– As pequenas editoras não têm como trabalhar com distribuidoras. Os custos são muito altos. Só compensa para grandes editoras que trabalham com grandes tiragens. O ideal seria um consórcio entre pequenas editoras para viabilizar isso, mas precisa haver mais diálogo, e menos competição, entre os responsáveis por essas pequenas editoras.
E quanto aos e-books, a Arribaçã já tem títulos assim publicados? É mesmo o futuro?
– Todos os livros que publicamos do ano passado para cá já estão em e-book também, no site da Amazon. Não é futuro. Já é o presente, mas convivendo com o livro impresso, que ainda vende mais, pelo menos em relação a Arribaçã.
Mais algum voo programado?
– Nosso sonho é a feira literária aqui em Cajazeiras. Quem sabe?
O OVO OU A GALINHA?
Difícil saber hoje o que vem primeiro em Linaldo Guedes: o editor ou o escritor. Do lançamento de seu primeiro livro, “Os zumbis também escutam blues”, em 1998, ao que em breve virá, “Cabo Branco e outros lugares que não estão no mapa”, há o pungente “Intervalo Lírico”, sobre o fim de uma relação amorosa, “O Nirvana do Eu”, que apresenta um elo entre Augusto dos Anjos e o budismo, um sobre o próprio território de onde alça voos, “Metáforas para um duelo no Sertão”, um de poesia erótica, “Tara e outros otimismos”, entre outros. Onze no total. Some-se a isso, os mais de 60 livros de gente de todo o País em pouco mais de três anos. Para ele, literatura se faz com relações humanas. Em “Intervalo…”, por exemplo, um livro de memórias, comprova isso logo no poema de abertura:
Pintura
teus traços singulares
pluralizam-se
no ocaso noturno do inverno
tua pele
à distância
tem o cheiro do entardecer em jacumã
teus traços singulares
protegem o verbo e o verso
do solitário poeta plural
O próprio autor já disse, em várias entrevistas, que o que une todos eles é a paixão pela palavra escrita, a argumentação, o debate. Mestre em Ciências da Religião, “O Nirvana do Eu” é resultado de sua pesquisa de mestrado sobre Augusto dos Anjos e o budismo, no qual reflete sobre os possíveis diálogos entre a doutrina budista e a obra do escritor paraibano, deixando claro que não afirma que Dos Anjos tenha praticado o budismo. E o erotismo também marca presença em seus versos. Em “Tara e outros otimismos”, o eu lírico do autor mistura sensualidade feminina e da terra amada, num jogo de claro/escuro, cheia/ressaca; pele do olfato; coxas/buracos…
Para se embriagar.
Condimento
saber de teus cheiros
é saber da cheia
que resseca o sertão
com a pele do olfato
transbordando águas
entre coxas, buracos e palato:
Cheiro-verde nas narinas
erva do mato, minha daninha
HYPERLINK
1 POLÍBIO ALVES
Nascido no Bairro de Cruz das Armas, em João Pessoa, Políbio Alves é um autor cuja obra vem sendo traduzida para línguas como o espanhol e o francês. É autor de “Varadouro” (poesia), “O Que Resta dos Mortos”, “Os Ratos Amestrados fazem acrobacias ao amanhecer” (ambos de contos) e de “La Habana Vieja: olhos de ver”, “A leste dos homens”, “Acendedor de Relâmpagos”, entre outros.
2 JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1920-1999)
Poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil.
3 AUGUSTO DE CARVALHO RODRIGUES DOS ANJOS (1884-1914)
Poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas.
4 ANTÔNIO FREDERICO DE CASTRO ALVES (1847-1871)
Poeta brasileiro, representante da terceira geração romântica do Brasil. Escreveu clássicos como “Espumas Flutuantes” e “Hinos do Equador”, que o alçaram à posição de maior entre seus contemporâneos, além de versos como “Os Escravos”, “A Cachoeira de Paulo Afonso e Gonzaga”, que lhe valeram epítetos como “poeta dos escravos” e “poeta republicano” por Machado de Assis.
5 JOAQUIM MARIA MOREIRA CARDOZO (1897-1978)
Poeta, contista, dramaturgo, professor universitário, tradutor, editor de revistas de arte e arquitetura, desenhista, ilustrador, caricaturista, crítico de arte brasileiro e engenheiro estrutural. Era poliglota, conhecedor de cerca de quinze idiomas.
6 PORCINA FURTADO
Poeta, atriz, produtora cultural, professora, graduada em Letras pela UFPB, especialista em Gestão Escolar pelo IFRN.
7 CLARIÇA RIBEIRO
Assistente social, graduada pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e mestra pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
8 NÁGILA DE SOUSA FREITAS
Escritora, poeta, dramaturga, editora, compositora, projetista, professora, pesquisadora científica e líder social.
9 VERUZA GUEDES
Formada em Letras, pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), trabalhou com pesquisa em cultura popular. Atuou como professora de língua portuguesa e artes, assim como tem experiência em gestão cultural em órgãos públicos. É membro-fundadora de coletivos culturais pelo sertão paraibano, movimentos que trabalham a produção cultural de forma independente. Atualmente faz parte do Fórum Audiovisual Paraibano, assim como da UMA – União de Mulheres do Audiovisual Paraibano e do Tapuia Sertão Coletivo Audiovisual, atuando na produção de filmes e séries produzidos na Paraíba.
10 ANGELA MARIA ZANIRATO SALOMÃO
Professora de história, pós-graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Assis e pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Poeta e autora dos livros “Madalenas Desarrependidas”, “Cacotopia e Tarja Preta” e “Mulheres à margem: entre o asfalto e o bordel”
(Matéria publicada na revista “Língua Portuguesa e Literatura”, da Escala Editorial, em setembro de 2022)