Romance policial ganha nova edição

Por Guilherme Cabral

 

Depois de 25 anos da primeira edição, publicada em 1998, o escritor e jornalista paraibano Fernando Melo se prepara para lançar a 2ª edição do romance policial “O Hálito da Corrupção” (Arribaçã Editora, 110 páginas, R$ 40). O autor realizará o evento no dia 21 de outubro, a partir das 10h, no Littoral Hotel, em João Pessoa. Além da capa e da nova revisão ortográfica, o que há de novidade na obra, que já pode ser adquirida em O Sebo Cultural e na Livraria do Luiz, são o prefácio, assinado pelo editor Lenilson Oliveira, e o posfácio do poeta, jornalista e editor Linaldo Guedes.

Natural da cidade de João Pessoa e autor de 14 livros, entre novelas policiais, romances, biografias, crônicas e ensaios, Fernando Melo justificou a razão de estar lançando a segunda edição. “Eu morava há 50 anos numa casa,

que ficou para herdeiros. Na mudança, terminei encontrando um artigo intitulado

“Fernando Melo acerta no alvo”, escrito por Linaldo Guedes, publicado no dia 5 de abril de 1998, no Jornal A União, analisando a primeira edição dessa obra, na época que foi lançada. Fiquei impressionado com o que tinha escrito e procurei o livro entre minhas coisas, mas não o achei. Encontrei um único exemplar em O Sebo Cultural, de Heriberto Coelho, e o comprei. Tive sorte. Quando achei um

exemplar que estava em casa, depois, até me emocionei. Então, enviei o livro para Linaldo Guedes, com a análise crítica que ele escreveu naquela época e que está no posfácio da segunda edição”, detalhou Fernando Melo.

O prefácio tem o título de “Vamos passear de Monza?”. “Porque a capa do livro, criada por Leonardo Guedes, remete a esse modelo de automóvel mencionado na história contada no livro”, comentou Melo.

A propósito, em seu texto, Lenilson ressalta, por exemplo, que a novela policial do escritor paraibano “é bem ao estilo Nelson Rodrigues, só que  ambientada na João Pessoa da década (talvez) de 1980. Com personagens bem delineadas física, social e psicologicamente e papéis mais que definidos na trama, O Hálito da Corrupção mergulha nos bastidores corruptos da política e da administração pública, com incursão nos podres da justiça. O autor consegue envolver os leitores num enredo bem alinhavado, sem deixar de expor as agonias pessoais das personagens centrais e secundárias, situando-as na trama e justificando suas presenças ali, como o escrivão homossexual, o policial motorista, o repórter ‘furão’, a irmã solteirona do delegado, o bicheiro e sua amante, o juiz e sua esposa, o viúvo que não aparece, a suposta testemunha do crime”.

Fernando Melo observou que a obra, dividida em 15 capítulos, todos curtos, já começa com o Monza. “Há uma coisa boa no livro, que é a continuidade. Minha ideia foi provocar o leitor, que ao terminar cada capítulo já sente vontade de ler o próximo. Já no primeiro capítulo a trama descreve o assassinato de Velma Olinto, uma fogosa professora de história, proprietária do Monza, mas que é dirigido pelo namorado dela. Os dois saem de um motel e ele a deixa em casa e parte para outro canto. Quando ela entra na casa, não sabe que há alguém escondido, um homem de luvas, que termina a assassinando apertando o pescoço”.

A partir do segundo capítulo começa a investigação policial pelo delegado Tino Santo, “um homem honesto e digno, que resiste às tentativas de suborno por parte de um dono de boate, um bicheiro, amigo do secretário de Segurança, que o acoberta. O bicheiro não deseja ser investigado e fala para o delegado  que, numa democracia, o povo elege os seus representantes políticos e que o dinheiro, que  não é sujo para a realização dos projetos, vem de segmentos da sociedade, como os empresários e bicheiros. Ou seja, apesar de escrito há 25 anos, a história continua atual, porque a corrupção ainda existe”, explicou o autor.

Na época em que lançou a primeira edição de “O Hálito da Corrupção”, Fernando Melo o definiu como “o mais ousado, o mais difícil e o que envolve o maior número de personagens” dos seus romances policiais. Ele observou que uma característica dessa obra é o fato da trama ser ambientada na cidade de João Pessoa. O autor também antecipou que já tem, pelo menos, outros dois projetos literários. “Um é a novela policial intitulada Vingança, que pretendo lançar em janeiro de 2024. A história vai se basear num conto de Balzac, mas que ocorre nos arredores da cidade de Princesa Isabel. O outro é o ensaio Balzac: o Triunfo do Realismo, sobre a obra de Honoré de Balzac, considerado o fundador do Realismo na literatura moderna, que espero lançar em março do próximo ano”, revelou Fernando Melo.

 

* Matéria publicada no jornal A União, edição de 26 de setembro de 2023

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O livro “O hálito da corrupção”, de Fernando Melo, pode ser adquirido AQUI

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