Antônio Aurélio Cassiano de Andrade desembarcou no planeta na camarinha emprestada do seus avós maternos, Teodolino Mangueira de Sousa e Tertulina Ursulina Mangueira de Andrade, sendo recebido por sua Mãe, Maria Mangueira de Andrade e a deliciosa Parteira mãe Ceição, (a quem também chamou de Mãe e pediu a benção até a sua morte), às 11h30m dos dois dias de dezembro de 1964. Nem naquele tempo, nem naquele lugar, era cultura distribuir charutos, mas seus pai, Joaquim Cassiano, aos 40 anos de idade e recebendo seu 8º filho e 5º dos vivos, era alegria só, e pitava seu cigarrinho de palha todo prosa.
56 anos se passaram daquele evento e muitos dos seus protagonistas e coadjuvantes já deixaram o planeta, como determina a dinâmica da vida e a sua necessidade de renovação. Assim sendo, durante esses anos, Antônio Aurélio teve o privilégio de viver com seus pais: por 44 anos com sua mãe, e 47 com seu pai, que foram logicamente a sua base não só por lhes terem dado a vida, mas pela educação doméstica e pelo investimento em sua formação moral e acadêmica.
Pessoas de origem humilde, em 1977, quando ele tinha 12 anos, para oferecer a ele e aos seus irmãos, melhores condições de estudo, os seus pais se mudaram para a capital do Estado com toda a família. Lá ele ingressou no Colégio Estadual de Cruz da Armas na 6º Série. Ali construiu suas primeiras amizades, flertou seus primeiros amores, viveu as primeiras dores que um mundo tão diferente do que ele tinha vivido até então, poderia lhe dar. Experimentou, dos doces jambos das Alamedas do Cemitério São José, ao ardor de uma paixão, que não se sabe, até hoje, sebem ou mal resolvida.
Viveu sua adolescências entre os bairros de cruz das Armas, Oitizeiro e Alto do Mateus, frequentou as baladas de Arnaldo, próximo àRua São Benedito; frequentou a Labre, e o Assex em Jaguaribe, na companhia do seu irmão mais velho, José Ribamar de Andrade.Sozinho, vagou pelas madrugadas do centro da cidade num tempo em que isso era permitido.
Conheceu O Caverna bar, e A Notórios na Diogo Velho. Cresceu nas ruas do Costa e Silva e guarda até hoje as memórias de Maxwel da Cunha lobo e de Luiz Claudio Paiva Duarte; viu o show Realce de Gilberto Gil no Ástrea e acompanhou a montagem da Peça Bailei na Curva no teatro Santa Rosa. Aprendeu a amar rock’n’roll, e passou por Roberto Carlos até chegar em Caetano.
Chegou o tempo de novos voos, ainda que com asas antigas. Chegou a graduação em História na Universidade Federal da Paraíba. Aí, o mundo virou mil!
Veio a verdadeira paixão pela História, e o movimento estudantil: O Fazendo História e a Catuípe e uma explosão de vidas, de novos afetos, novas experiências.
Veio a Academia: Rosa Maria Godoy Silveira, Laura Helena e Irene Fernandes na organização do Arquivo da Associação Comercial. Experiência única!
Conclusão de curso e um convite para fazer assessoria para a Presidente da Fundação de Ação Comunitária – FAC, à época, Emília Carreia Lima, trabalho dividido com a irmã que, segundo ele, a História lhe deu, Margarida Maria Santos Dias.
Ali passaria 12 anos de sua vida profissional e também construiria belas e solidas amizades, que nomear seria extenso. Nesse período, se afastaria da academia, com raros contatos com amigos mais próximos e em 1990, na defesa do projeto, abandonaria o mestrado de Ciências Sociais, se desligando de vez da UFPB.
Em 2004, com seus pais já velhinhos, e ele como cuidador, voltaria a sua terra natal onde reside até hoje. Em Triunfo, ocupou os cargos de Secretário de Turismo, de Cultura e de Agricultura; presidiu a Fundação Centro Cultural Francisca Fernandes Claudino e Editou a Revista Triunfo em Foco por quatro edições.
Ao longo de sua vida, desde a adolescência, sempre escreveu poemas e textos reflexivos, resenhas, e artigos que abordam a história e os principais aspectos culturais do município de Triunfo, mas só no ano de 2000 publicou seu primeiro livro de poemas, “Sobre Memoria e Solidão”, pela Editora Manufatura, e em 2009, o segundo, “Memorando 42”, pela Halley Editora.
Atualmente exerce o cargo de Agente Administrativo na Secretaria Municipal de Educação de Triunfo.
Em 2021, lançou pela Arribaçã Editora o livro “Poemas embalados a vácuos”.
As poesias de Aurélio é pura vida. Nos faz entrar em contato com o sagrado de tudo que não sabemos, mas sentimos.
Onde consigo o livro?