Breves registros

Por Sérgio de Castro Pinto

 

Jefferson Araújo é um poeta original sem ser daqueles que procuram a originalidade a todo custo, sem ser daqueles que enfileiram nos poemas uma catadupa de lugares-comuns e de experimentações estéreis e contraproducentes. A originalidade de Jefferson é bem-vinda porque sem pirotecnias, natural, espontânea, mas mesmo assim fruto da elaboração da linguagem a partir de um olhar inaugural sobre o mundo. Louve-se, sobretudo, os seus poemas minimalistas, as correlações que o eu lírico estabelece entre as coisas, convertendo-as, mesmo quando distantes, antípodas, em irmãs siamesas, a exemplo do que ocorre, entre outros, no poema Bolas de gude: “planetas de vidro / que se colidem / nas trajetórias criadas / por seus deuses meninos”.

Ou em Relâmpago: “Tem uma árvore no céu / Sim, tem uma árvore no céu // Não pode ser acessada / Nem plantada em jardins // Esta árvore suspensa  / Carrega tensa energia // Deus nos dá pista / Da sua grandeza // Mostrando-nos apenas / A sua raiz”.

O livro com o qual Jefferson estreia com 26 anos de idade é “O Segredo da Poesia” (Arribaçã, 2022), com orelha de Lenilson Oliveira e prefácio do poeta e editor Linaldo Guedes.

 

(trecho de artigo publicado no jornal A União em 23 de dezembro de 2022)

 

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O livro “O segredo da poesia”, de Jefferson Araújo, pode ser adquirido no site da Arribaçã no seguinte link: http://www.arribacaeditora.com.br/o-segredo-da-poesia/

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