O professor, escritor e historiador Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales) está com um novo livro na praça. Trata-se de “Antonio Joaquim do Couto Cartaxo e a formação de Cajazeiras” (Arribaçã Editora). A obra traça o perfil biográfico do cajazeirense Antônio Joaquim do Couto Cartaxo (1842-1904), bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, formado na Faculdade de Direito do Recife e detalha como teria sido o “morticínio eleitoral” de Cajazeiras no final do século XIX.
Segundo o autor, o bacharel Couto Cartaxo foi o cajazeirense de maior projeção no século XIX, depois do Padre Inácio de Sousa Rolim. “Essa projeção deriva da relevância das posições que assumiu, das atividades exercidas como advogado, magistrado, deputado e nos negócios particulares como fazendeiro, não apenas na Paraíba, mas também no Ceará, onde se casou e teve domicílio por muitos anos”, explica.
Couto Cartaxo, como se fez conhecido, foi o primeiro juiz municipal de Cajazeiras, o primeiro representante de Cajazeiras na Assembleia Provincial, o primeiro deputado federal com assento na Assembleia Constituinte da República. Exerceu também o cargo de deputado provincial no Ceará e de juiz municipal no termo de Milagres.
“Ele esteve à frente da reação à morte violenta de seu irmão, o tenente João Cartaxo, depois do conflito sangrento, ocorrido em 18 de agosto de 1872, quando perderam a vida seis pessoas, conhecido como o morticínio eleitoral de Cajazeiras. As firmes atitudes tomadas por Couto Cartaxo, as articulações que desenvolveu após o assassinato de seu jovem irmão, atuando, inclusive, como advogado de acusação no processo judicial movido contra o principal acusado da autoria intelectual do morticínio, lhe deram notável projeção, muito além dos limites do recém-criado município de Cajazeiras. Tudo isto está demonstrado na biografia”, conta.
Segundo Frassales, um acontecimento trágico, ocorrido em Cajazeiras, em 1872, causou profunda comoção na sociedade paraibana e trouxe reflexo direto na trajetória do bacharel Couto Cartaxo. O embate eleitoral sangrento, ocorrido em 18 de agosto de 1872 – que resultou na morte de seis pessoas, inclusive de seu irmão, jovem tenente de 24 anos, João Antônio do Couto Cartaxo –, o levou a estreitar, mais ainda, seus vínculos com Cajazeiras e a retornar, com mais afinco, à política paraibana. A partir do luto e da luta, começou a projeção, além dos limites regionais, de Antônio Joaquim do Couto Cartaxo, sobretudo quando representou a Paraíba na primeira Assembleia Constituinte da República, eleita em 1890, e na Câmara dos Deputados. O episódio, conhecido como “morticínio eleitoral” é contado com detalhes na obra. O livro pode ser adquirido direto com o autor (cartaxorolim@gmail.com) ou no site da editora: www.arribacaeditora.com.br
Sobre o autor:
Nascido em Cajazeiras, em 28 de maio de 1939, Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales) é o décimo filho de Cristiano Cartaxo Rolim e Isabel Sales Cartaxo. Ocupou vários cargos políticos, a exemplo de secretário de Planejamento e coordenação geral, no governo de Ivan Bichara Sobreira (1975-78), chefe de gabinete do superintendente da Sudene (1986-87), secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco, na gestão de Miguel Arraes (1987-89).
Escritor, filiado à União Brasileira de Escritores (UBE/PE), publicou os seguintes livros: Política nos currais (1979), Do bico de pena à urna eletrônica (2006) e Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero (2016). É fundador e atual presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (ACAL), na qual ocupa a Cadeira nº 7, pertencente ao patrono, bacharel em direito, Antônio Joaquim do Couto Cartaxo.
(Matéria publicada no jornal A União em 29 de agosto de 2019)