Por Kubitschek Pinheiro
O professor Lúcio Flávio Vasconcelos vai lançar nesta quinta-feira, às 19h, seu novo livro “Paraíba Colonial: Guerras, Resistência Indígena e Domínio Imperial” no Café da Usina Cultural da Energisa. O selo é da Editora Arribaçã. Capa do designer gráfico, Leonardo Guedes. Caberá ao historiador e poeta Raniery Abrantes, que assina o prefácio em versos, apresentar o livro.
Pouco se tem notícia dessa história, do tempo dos povos indígenas, na Paraíba Colonial. O livro de Lúcio Flávio traz essa ponte, a indicação da “sangrenta luta entre os povos originários existentes na Paraíba e os conquistadores portugueses, com destaque para os potiguaras, que dominavam o litoral”
Lúcio Flávio Vasconcelos é professor Titular da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde leciona as disciplinas História da América Latina Colonial e História dos Estados Unidos. Fez Pós-Doutorado no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC), Doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP), Mestrado em História Econômica na Universidade de São Paulo (USP), Especialização em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ – UCAM) e Graduação em História na UFPB.
Lúcio Flávio é autor de “O Enigma Chavista”, é o resultado do seu pós-doutorado, realizado na Universidade de Coimbra. E de uma biografia sobre o grande pintor paraibano Pedro Américo (Pedro Américo: As Cores do Brasil Imperial)
O autor conversou com o MaisPB e traz outras informações da obra, que mexe noutros temas, as várias guerras contra os povos originários, porque toda guerra, é a mesma guerra.
MaisPB – De que trata o livro “Paraíba Colonial: Guerras, Resistência Indígena e Domínio Imperial”
Lúcio Flávio – O livro trata sobre a sangrenta luta entre os povos originários existentes na Paraíba e os conquistadores portugueses, com destaque para os potiguaras, que dominavam o litoral, e os tapuias, que estavam localizados no sertão. Essa guerra durou mais de duzentos anos e matou e escravizou milhares de indígenas.
MaisPB – Foi uma longa pesquisa?
Lúcio Flávio – A pesquisa para a elaboração definitiva do livro durou três anos. Ao longo desse período, pude constatar o violento processo de tomada das terras, escravização e espoliação dos povos originários que habitavam a Paraíba há milhares de anos.
MaisPB – A Paraíba atual tem muita coisa da Paraíba Colonial?
Lúcio Flávio – A Paraíba atual é herança do longo período colonial. O preconceito social e racial contra os indígenas e negros, o machismo estrutural, a homofobia, a concentração de riqueza que nos vemos em pleno século XXI têm origem no processo de colonização, pois todas essas características culturais, sociais e comportamentais foram trazidas pelos colonizadores portugueses.
MaisPB – Na temporada que você ficou em Portugal, fez cursos, escreveu sobre esse tempo?
Lúcio Flávio –Durante o período em que fiquei em Portugal, fiz pesquisas em Coimbra e Lisboa, principalmente sobre a bibliografia mais recente sobre os impérios coloniais, com destaque para Portugal, pois o livro sobre a Paraíba Colonial destaca o início do processo de globalização da economia a partir do século XVI. Parte do livro Paraíba Colonial foi escrita em Portugal e parte aqui na Paraíba.
MaisPB – O Brasil vai mal ou continuamos cantando e seguindo a canção?
Lúcio Flávio – O Brasil vai bem em termos democráticos, principalmente depois do fracasso do golpe de 8 de janeiro de 2023. Mas, em termos sociais, precisa melhorar e muito, principalmente no que se refere aos povos originários. Eles precisam, e nós também, que suas terras e suas culturas sejam preservadas. Muito do que somos e seremos, devemos aos indígenas.
* Matéria publicada no site Maispb
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O livro “Paraíba Colonial: Guerras, Resistência Indígena e Dominio Imperial”, de Lúcio Flávio Vasconcelos, pode ser adquirido AQUI