Sobre a poesia de Nágila de Sousa Freitas

Por Linaldo Guedes*

Li “O poema é mais belo que o título”.

Que dizer?

Primeiro que tudo, que me surpreendi com sua poética. Você apesar de jovem consegue ter um domínio bem interessante do artefato poético, da linguagem literária.

Sua poesia foge de uma poesia que existe hoje no Brasil, tecnicamente perfeita, sim. Mas com pouco conteúdo, com pouco arrebatamento para o leitor. A sua poesia é arrebatamento, é descoberta, é líquido a escorrer águas em nossas retinas leitoras, com uma solidez que me encantou.

Destaco vários e vários poemas. “Lavrador” é um belo poema com forte carga de metalinguagem.  Acabei me lembrando de uma música chamada “Metáfora”, de Gilberto Gil, música antiga. Lembrança em termos de construção de linguagem.

Gostei também de “Gênese”, da faísca, do fogo poético. Dos paradoxos inteligentes existentes em sua poesia. E dos jogos de palavras que não se restringem apenas aos trocadilhos infames de muitos poetas modernos.

Gostei de alguns poemas narrativos, como “A morte do sujeito de mil caras”.

Dos poemas sobre o tempo.

Dos poemas filosóficos, como “Geometria do fio”

Do humor irônico de “Potência”

Dos achados poéticos, como dizer que “O problema do mundo é o espirro brusco de deus”

Dos poemas em prosa.

Dos poemas políticos

E do erotismo muito bem construído de “As cordilheiras”.

Você diz num dos poemas que é uma semente adolescendo.

Diria que você é semente que brota poesia de muita qualidade.

E que está pronta para ser colhida por nós, leitores.

Parabéns pelo livro.

 

*Editor

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