Sobre “Os baobás do pirulito”, de Veruza Guedes

Por Dhiones Do Congo

 

Ter lido “Os baobás do pirulito”, de Veruza Guedes, foi uma emoção nostálgica. Não poderia deixar aqui as minhas impressões sobre sua obra literária. Em sua carta para mim mesma, a autora nos inspira a nunca desistir. Isso nos acalenta esperançosamente. Ansiar por dias melhores e esperançosos nos faz sentir que estamos num processo de vívido de experiências e vivências.

A obra de Veruza, está dividida em três partes: a cidade; a família e os inesquecíveis. Cada parte dessa, um convite as lembranças profundas da infância, juventude e vida adulta. Senti em sua literatura a cumplicidade e entendimento que ambas carregam – Veruza e a cidade. Uma viagem densa às lembranças e memórias nostálgicas adquiridas pelo tempo. Isso nos faz refletir sobre não nos deixarmos afundar no poço do esquecimento.

Veruza, fala de saudade, silêncio, ruas e tudo que a Cajazeiras o proporcionou até a escrita da obra. Que não deixamos nos permitir sermos mortos pela modernidade das casas, das ruas e outros. Eu também fui essa criança aluada na vida, durante as compras de supermercados, Veruza, não se preocupe. Existem muitos aluados(as) espalhados por esse sertão adentro. As noites sertanejas descritas, o Açude Grande, o Aracati e tantas outras coisas descritas, nos fazem viajar, atemporalmente, no que que foi, é e será a Cajazeiras sertaneja, tão semelhante a dinâmica do meu Cariri de Fora.

O sertão vive em Veruza e Veruza vive o sertão! Sabemos que no interior do interior a vida passa devagar. As histórias são marcadas pelo tempo. Veruza, me fez e faz sentir o sertão pulsante dentro de mim. Isso é fantástico! Segundo Veruza, “tudo era para sempre, dentro da gente(…)”. Se Cajazeiras é transcendental? Disso não me resta dúvida. O passado e o presente se cruzam constantemente, basta somente paramos um pouco para observar e sentir.

A Cajazeiras das Cajazeiras do sertão adentro da Paraíba do Norte, devemos um salve. Sentir o vento do Aracati, tocar meu ser, humano e espiritual me fez e faz (re)viver as memórias de minha infância e juventude, mesmo sem ter sentido, presencialmente, esse vento. Resido nas terras semiáridas do sertão do Cariri de Fora, nas bandas da também, Paraíba. É fundamental esse romper e expandir-se dos territórios que a literatura nos é capaz de realizar. Gratidão, Veruza, por você existir nas terras das Cajazeiras!

A quem não conhece a obra, deixo a minha indicação. Vale muito a pena!

Gratidão pelo presente!

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