Quero compartilhar com vocês minha aventura de ontem. Algumas já sabiam que eu estava à espera de um livro há alguns dias, mas que estava demorando a chegar (por motivos diversos, dentre eles até a greve dos Correios). Pois bem, recebi meu exemplar de ‘Nenhum Espelho reflete seu Rosto’ ontem ao final da tarde e lá pelas 20hs, 21hs iniciei a leitura… Não vi o tempo passar enquanto eu percorria as 263 páginas da obra, a cada uma delas eu me via ávida para chegar mais adiante na história… Houve momentos que fiquei sem fôlego, em outros sem coragem, em algumas passagens chorei e em muitas delas me vi na história. Achei fantástico, não tanto pela qualidade do texto em si (que é muito boa, mas não é o que surpreende na obra), mas por identificar um denominador comum com as principais personagens do texto. Esse denominador reside nas agressões psicológicas sutis, porém não menos nefastas, de que somos vítimas, muitas vezes sem ter certeza se as percebemos ou não, nas diversas interações sociais quotidianas e mais frequentemente com as pessoas em quem confiamos e que estamos mais vinculadas afetivamente – mas não somente.
Ainda estou ‘digerindo’ a obra, por meio das reflexões que ela me trouxe.
Meu exemplar seguirá para uma amiga que creio que também há de se reconhecer na obra, não somente como “vítima”,mas pela sua capacidade de superação. Meu ímpeto de recomendar a leitura e emprestar meu exemplar vem nesse sentido: fortalecer mulheres que, como eu, enfrentaram relações que as fizeram se colocar em xeque, mas que tiveram a capacidade de se renovar, como fênix.
Parabéns pela obra e gratidão por compartilhar suas reflexões em forma de arte – aliás, uma forma de arte que empodera e esclarece… E, por assim ser, liberta! Por fim, quer saber que este comentário eu escrevi de maneira despretensiosa para um grupo de WhatsApp que reúne 12 amigas reais (isto é, amigas que se encontram com frequência para além do mundo virtual!). Dentre elas, 4 trabalham diretamente com a questão do feminino em abordagens diferentes (desde terapias alternativas do resgate do feminino até o ativismo político feminista), mas todas nós nos interessamos pela temática (é claro!). E sua obra disse muito para todas nós!
Em tempo: gostaria de saber como fiquei sabendo do livro? Numa sexta-feira, por volta das 22:30, voltando da aula (sou professora na UnB Planaltina e leciono no noturno), ouvindo a Rádio Nacional no rádio do carro, ouvi sua entrevista no programa Marca Página e percebi que eu precisava ler seu livro, e logo! Surpresas que o acaso nos traz com o potencial de nos transformar. Isso é tão incrível!
(*) Carolina Lopes Araújo é professora da UnB. O texto acima foi publicado em sua página no Faceboook